O Acordo Internacional sobre Comércio e Serviços (TISA) entregará às empresas o controle dos dados de centenas de milhões de dados de cidadãos que vivem nos 50 países que o assinaram, segundo informa o site Público, citando informação vazada pelo Wikileaks.
Segundo os últimos vazamentos divulgados pelo Wikileaks, as multinacionais abrirão o terreno para o armazenar, processar ou transferir informação pessoal "sempre que essa atividade estiver relacionada com a gestão do negócio desse provedor de serviços", o que na prática supõe um grande tráfego de dados pessoais, à serviço das grandes empresas e suas filiais, garante o site espanhol.
Na quarta-feira, o Wikileaks revelou também o conteúdo do texto central da TISA. Este acordo secreto irá impor a todos os signatários cláusulas que beneficiam as grandes corporações multinacionais em detrimento da soberania e dos interesses públicos de cada país.
Embora os negociadores defendam para que seja mantido em segredo estes textos por pelo menos cinco anos após a ratificação do acordo, o WikiLeaks fez acordo com vários meios de comunicação do mundo para difundir estes vazamentos. A ratificação deste acordo requer a aprovação do Parlamento Europeu, instituição que até a data não se pronunciou sobre o TISA.
No começo de junho, estes meios de comunicação revelaram uma primeira versão do Anexo sobre o Comércio Eletrônico do TISA, no qual se estipula que as empresas possam usar dados pessoais dos cidadão de outros países sem contar sequer com uma sede física nestes estados. A nova versão do documento ratifica esta posição, moldando também a insistência de Washington para que nenhum dos estados "possa impedir um prestador de serviços" manipule estes dados por conta própria.
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