Após quarenta anos que um grupo de ativistas invadiu os escritórios do FBI na Pensilvânia, roubando documentos que apresentavam o invasivo programa COINTELPRO, dedicado a vigiar, desorganizar e neutralizar movimentos sociais pela paz dos EUA, tais como o Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento (SNCC), o Movimento Indígena Americano e o National Lawyers Alliance.
Embora as revelações provocarem mal estar e levaram a promulgação de novas leis como a Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira, os abusos contra a liberdade de expressão dos opositores às políticas oficiais do governo dos EUA, continuam até o dia de hoje, segundo escreve Lauren McCauley do site Common Dreams.
Na última terça-feira, mais de 60 grupos locais e nacionais dos EUA, enviaram uma carta aos representantes do Comitê Judicial e à Câmara do Senado, mostrando sua preocupação pelo "abuso de recursos antiterroristas (do FBI e do Departamento de Segurança Interior [DHS]) para monitorar atividades de americanos que estão protegidas pela Primeira Emenda" da Constituição.
Entre os que assinaram a carta estão, o Centro de Direitos Constitucionais, o Conselho de Relações Americanas-Islâmicas, o Government Accountability Project, Greenpeace, o National Lawyers Guild, o Observador da Escola das Américas de Veteranos pela Paz, os quais exigiram uma investigação completa para "determinar os alcances da espionagem do FBI e do DHS na última década."
"Em particular, o FBI possui um histórico documentado de abusos de direitos protegidos pela Primeira Emenda", afirma a carta, garantindo que as operações da COINTELPRO continuam atualmente e contemplam "o envio de informações e de agentes secretos para se infiltrarem em movimentos pacíficos da justiça social, como também a vigilância, assinatura e denúncia de atividades políticas legítimas".
O Occupy Wall Street e o Black Lives Matter, são dois dos grupos atacados recentemente pelo FBI, segundo denunciaram os convocados. Os centros locais de fusão de dados do DHS, que operam juntamente com os departamentos da polícia local para a coleta de informação da inteligência antiterrorista, monitoram também ambos os grupos.
E mais, "os documentos obtidos sob a Lei de Liberdade de Acesso à Informação (FOIA), mostram que o FBI invocou repetidas vezes as autoridades antiterroristas para monitorar grupos que reconhecem ser pacíficos e não violentos", diz ela.
"Classificar o ativismo como um ato terrorista tende a criminalizar a dissidência política", diz a carta. "Devido ao atual clima político e as leis draconianas ligadas ao terrorismo, indivíduos podem ver-se marginalizados a participar em expressões completamente lícitas, como uma marcha, sob este estigma".
O assistente legal do Bill of Rights Defense Committee dos EUA, Chip Gobbons, afirmou que se o FBI "não pode discernir a diferença entre ativismo e terrorismo, isso quer dizer que eles ainda pensam que os opositores são o inimigo".
"O FBI afirma que já não mais investiga pelo pensamento político dos grupos, mas foca em quem está indagando o FBI por sua competência antiterrorista: grupos de paz, grupos de justiça racial, grupos de justiça econômica. O mesmo tipo de organizações que foram atacadas pelo reinado de J. Edgar Hoover", finalizou.
EUA: A História Trabalha a Favor de Snowden
Fontes:
- Periodismo Alternativo: EEUU: Alertan sobre infiltración del FBI en movimientos sociales
- Verdad Ahora: EEUU: Alertan sobre infiltración del FBI en movimientos sociales
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