Eu havia escrito a um tempo atrás como alguns cientistas tentavam criar pânico advertindo sobre a possibilidade da mistura do H1N1 com o H5N1, unindo a transmissibilidade de um com a mortalidade do outro.

Autoridades de saúde pública estão respirando com alívio porque o vírus da gripe suína H1N1 não sofreu a mutação que o tornaria mais mortal, desde seu surgimento na última primavera. Mas quais são as possibilidades que isto possa acontecer?

Para descobrir isso, cientistas do CDC lançaram recentemente experiências nos laboratórios da agência nas quais furões são infectados com ambos os vírus H1N1 e o altamente letal vírus H5N1 da gripe aviária, "para ver" se eles poderiam "recombinar" para criar um novo híbrido.

Os cientistas querem saber se uma combinação do vírus H1N1 - altamente transmissível, mas não terrivelmente mortal - e o vírus H5N1 da gripe poderia criar uma praga mortal facilmente transmissível. O vírus H5N1 infectou apenas 440 pessoas no mundo inteiro desde 2003, e geralmente não é transmitido de uma pessoa para outra. Mas ele matou 262 pessoas, ou seja, cerca de 60% dos infectados, segundo a OMS.

Outros experimentos conduzidos até agora sugerem que o vírus H1N1 não é muito propenso a mudanças catastróficas. Os vírus podem mudar, quer através de mutação do material genético, ou por recombinação com outro vírus da gripe. O novo vírus não possui certas características que lhe permita transformar-se em uma cepa mais virulenta, disse Nancy Cox, chefe da divisão de gripe do CDC. "Seria difícil para este vírus para adquirir estas características de virulência ", disse ela.