Em tribunal espetaculoso, julgamento-show com pitadinha de EUA, digno da Revolução Cultural da China nos anos 1960s, Bradley Manning foi declarado culpado, como já se previa, de inúmeras violações da Lei Antiespionagem [orig. Espionage Act].
Se, pelo menos, Walter Benjamin estivesse vivo para ver o Anjo da História, mais uma vez, lançar outro de seus raios marca-registrada de ironia: Manning foi declarado culpado em crime de espionagem – por juiz do Pentágono –, na porta ao lado da Central de Espionagem, o quartel general da Agência Nacional de Segurança dos EUA, em Fort Meade, Maryland.
A promotoria, aplicando toda a vasta força do governo dos EUA, declarou Manning “traidor” – não soldado-sentinela tocador de apito [orig. whistleblower]. Manning de fato traiu a doutrina da Dominação de Pleno Espectro do Pentágono –, ao detalhar para o mundo o modo como o complexo imperial-industrial-militar-de-vigilância assassina civis impunemente (como se viu no vídeo “Collateral Murder”); como as guerras imperiais no Afeganistão e no Iraque foram (mal)conduzidas; o que acontece dentro do Gulag em Guantanamo; e como o Departamento de Estado manda e desmanda nas satrapias dos EUA.
Manning traiu os Senhores Imperiais do Universo e, dado que não se trata de filme arrasa-quarteirões dos Clássicos Marvel, Manning teria de ser detonado.
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