Barack Obama, candidato, prometeu mudanças; eleito, só entregou continuidade, continuísmo. Mas, na sequência, tanto continuísmo provocou mudança – para pior.
Em 2008, “mudança” significava qualquer coisa que os eleitores desejassem que significasse. Como o candidato, a palavra era como uma mancha de teste
Rorschach.
Muitos, provavelmente a maioria dos eleitores de Obama, não tinham sequer ideia de que tipo de mudança esperavam. Só sabiam que, no governo de
George W. Bush, o país perdera dramaticamente o próprio rumo. Supunham que Obama daria algum jeito naquilo.
Alguns eleitores tinham expectativas mais específicas. Alguns pensavam que Obama varreria do país o neoliberalismo. Com um derretimento financeiro e econômico galopante, a hora parecia ter chegado, o momento parecia maduro.
Alguns esperavam que Obama restaurasse o Estado de Direito e o respeito à lei, devolvendo as coisas, no mínimo, ao que eram antes do 11 de setembro, muitos esperavam que os criminosos de guerra da era Bush fossem levados aos tribunais.
Outros supunham que o Partido Democrata voltaria a ser mais parecido com o que fora antes de os Clintons darem cabo dele.