Porque acreditamos em (algumas) Teorias da Conspiração? A Scientific American dá a Michael Shermer, fundador da The Skeptics Society e sua revista Skeptic, uma plataforma para ridicularizar as teorias da conspiração e os que acreditam nelas. Sendo assim tome com uma boa pitada de sal o texto que segue:
O presidente Barack Obama tem estado muito ocupado no exercício do mandato: ele inventou uma certidão de nascimento falsa para esconder sua verdadeira identidade como um estrangeiro, criou "painéis da morte" para determinar quem iria viver e quem iria morrer sob seu plano de saúde, conspirou para destruir a liberdade religiosa determinando o uso de contraceptivos para as instituições religiosas, explodiu a plataforma de perfuração Deepwater Horizon no mar para angariar apoio para sua agenda ambiental, planejou ataques com gás sírio como um pretexto para a guerra, orquestrou o assassinato de um agente TSA para reforçar os poderes da agência, ordenou o massacre na escola Sandy Hook para avançar com a legislação de controle de armas, e construiu campos de concentração da Fema para colocar os americanos que resistirem.
As pessoas realmente acreditam em tais teorias da conspiração? Elas acreditam, e em números perturbadoramente altos, de acordo com a recente pesquisa empírica produzida por cientistas políticos da Universidade de Miami, Joseph E. Uscinski and Joseph M. Parent e que apresentaram em seu livro em 2014 American Conspiracy Theories (Oxford University Press). Cerca de um terço dos norte-americanos, por exemplo, acreditam na teoria da conspiração "birther" de que Obama é um estrangeiro. Muitos outros acreditam que 11 de setembro foi um "trabalho interno" pela administração Bush.
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A identidade do grupo também é um fator. Os afro-americanos são mais propensos a acreditar que a CIA plantou cocaína nos bairros do centro da cidade. Os americanos brancos são mais propensos a acreditar que o governo está conspirando para taxar os ricos para apoiar assistências sociais prosperas e transformar o país em uma utopia socialista.
De forma animadora, Uscinski e Parent descobriram que a educação faz a diferença na redução pensamento conspiratório: 42 por cento das pessoas sem um diploma de ensino médio tem maior predisposições conspiratórias, em comparação dos 23 por cento com pós-graduação. Mesmo assim, isso significa que mais de um em cada cinco americanos com diplomas de pós-graduação mostram uma alta predisposição para a crença conspiratória. Como educador, eu acho isso perturbador.
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Outros fatores estão no trabalho na criação de uma mente conspiratória. Uscinski e Parent observam que em experimentos de laboratório "os pesquisadores descobriram que induzir ansiedade ou perda de controle desencadeia os entrevistados a verem padrões inexistentes e evocarem explicações conspiratórias" e que, no mundo real "há evidências de que os desastres (por exemplo, terremotos) e outras alta situações de estresse (por exemplo, a incerteza de emprego) levam as pessoas a inventar, abraçar e repetir as teorias da conspiração".
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Uma teoria da conspiração, Uscinski e Parent explicam, é definida por quatro características: "(1) um grupo (2) agindo em segredo (3) para alterar as instituições, usurpar o poder, esconder a verdade, ou ganhar utilidade (4) em detrimento do bem comum". A análise de conteúdo de mais de 100 mil cartas ao The New York Times em 121 anos transformou-se em três merecedoras páginas de tais conspiradores, de Adolf Hitler e do Congresso Nacional Africano à Organização Mundial de Saúde (OMS) e os aldeões sionistas, classificados em oito tipos: esquerda, direita, comunistas, capitalistas, Governo, Mídia, estrangeiros e outros (maçons, a AMA e até mesmo cientistas). O tema comum do começo ao fim é poder - quem o tem e quem o quer - e então os autores concluem seu inquérito com uma observação traduzida por Parent de O Príncipe de Nicolau Maquiavel (um tipo de manual da conspiração), como "o forte desejo de governar, e o desejo fraco de não ser governado".
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Para aqueles que assim conspiram, recordem o lema dos revolucionários de toda parte: sic semper tyrannis - Assim sempre com os tiranos.
Este artigo foi publicado originalmente com o título "Conspiração Central."
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Não deixem de verificar os posts sugeridos no meio do texto, que demostram que muitas das conspirações que o artigo tenta negar e ridicularizar, são na verdade, a mais pura realidade.
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Como Descobrir se uma Teoria da Conspiração Específica é Verdade ou Mentira?
- Disinformation: Why Do People Believe in Conspiracy Theories?
- Scientific American: Why Do People Believe in Conspiracy Theories?
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