George Friedman, o chefe da agência privada de inteligência Stratfor, afirmou publicamente pela primeira vez que o governo dos EUA tem como objetivo estratégico primordial impedir uma aliança entre a Rússia e Alemanha.
O bloqueio desta aliança é a única maneira de prevenir o surgimento de uma potência mundial alternativa capaz de desafiar a posição americana como a única superpotência do mundo.
Em uma recente conferência em Chicago, George Friedman, afirmou que o EUA fracassarão neste objetivo primordial.
George Friedman
Segundo Friedman, a tecnologia e o capital alemão se combinarão com os recursos naturais da Rússia para lançar as bases de um mundo verdadeiramente bipolar: EUA contra a Eurásia.
A atual estratégia do Estados Unidos, portanto, trataria de bloquear essa possibilidade, assim como o desenvolvimento tanto da Alemanha como da Rússia.
Essa estratégia explicaria, então, a política realizada por Barack Obama na Ucrânia e a imposição de algumas sanções econômicas que estão prejudicando tanto a Rússia como a Alemanha.
No entanto, Friedman acredita que esta estratégia do EUA está destinada ao fracasso.
Para colocarmos em contexto, cabe destacar que politólogo americano George Friedman é o chefe de inteligência do grupo de pesquisa "Stradtfor Global Intelligence", que fundou em 1996.
A sede de Stratfor se encontra no Texas e assessora 4.000 empresas, particulares e governos do mundo todo.
Entre as empresas assessoradas se econtram o Bank of America, o Departamento de Estado do EUA, Apple, Microsoft, Lockheed Martin, Monsanto e Cisco.
Em dezembro de 2011, foi feito um ataque hacker contra o sistema informático de Stratfor.
Mais tarde foram publicados 90.000 nomes, endereços, números de cartões de crédito e senhas dos clientes de Stratfor.
O ataque foi realizado pelo hacker Jeremy Hammond. Mas posteriormente foi descoberto que o FBI havia instigado o ataque contra o sistema de Stratfor, participando ativamente em todas as fases do ataque digital.
Leia também: [BOMBA] FBI Instruiu Hackers a Invadir Vários Países, Entre Eles o Brasil
Friedman publicou em 2009 um livro intitulado "Os Próximos 100 Anos", no qual falava de questões de política de segurança para o século XXI.
Neste livro afirmou que entre 2020 e 2030, Turquia, Polônia e Japão com o apoio do EUA, se tornariam potências regionais.
No mesmo período, de acordo Friedman, se formará um bloco pró-americano formado por vários Estados da Europa Oriental.
Este último já aconteceu. Do outro lado, na página 66 de sue livro, Friedman disse que:
"A Europa todavia poderia ter que lidar com o ressurgimento da Rússia, a intimidação do Estados Unidos ou as tensões internas".
Atualmente, os três cenários estão em movimento.
(Artigo escrito por Eric Zuesse do Global Research)
Nota do site El Robot Pescador: Por que razão Friedman não disse nada sobre a China? Ela está inclusa no polo euro-asiático ou a China configura um poder a parte?
Em uma previsão realizada em 2010 e publicada no site Business Insider, Stratfor realizou as seguintes previsões para a década de 2010 a 2020.
"Esperamos o colapso econômico da China na próxima década. Seu sistema econômico é muito instável e pensamos que ela chegará a um ponto de ruptura, no qual todas as inconsistências internas virão à tona. No final da década, será bastante óbvio para todos que o milagre da China terminou.
Enquanto isso, a Alemanha será capaz de impor sua vontade sobre um grande número de Estados na União Europeia. A ascensão do poder da Alemanha será tão grande como nunca visto desde o final da década de 1930. Ela irá utilizar seu poder institucional para se impor a todos os demais.
Isso irá causar um notável grau de discórdia e imprevisibilidade na Europa, e isso é algo que os russos vão aproveitar. Os russo se darão conta que estão em uma corrida contra o relógio antes que sua demografia os mate como país, e por isso querem se assegurar de ter um colchão de proteção tão amplo quanto possível. Os russos aproveitarão para se fortalecer em seu perímetro ocidental, com a finalidade de empurrar a fronteira em direção à Europa o quão longe puderem.
Eles sabem que em 20 ou 30 anos não serão capazes de fazer muito, mas querem comprar todo o tempo e o espaço que for possível.
Enquanto isso, o Japão tem um problema: a demografia do Japão é uma das piores do mundo. Na próxima década, terão de encontrar alguma maneira de retificar o fato de que não terão suficiente número de trabalhadores para assegurar o que necessitam.
Eles poderiam recorrer à sua fonte de trabalho excedente tradicional, que é a Coreia e a China, cujo caso poderia ter algum conflito no leste da Ásia, talvez mesmo de natureza militar.
Em uma questão demográfica mais ampla, todos os países do mundo desenvolvido e a maior parte dos países em via de desenvolvimento estão envelhecendo.
Veremos uma grande quantidade de países cujas populações já não crescerão mais.
A base econômica que está condicionado o desenvolvimento humano nos últimos milênios era baseado no fato de que as populações continuavam crescendo, assim como os mercados e o capital disponível.
Nesta próxima década, isto começará a se inverter e em última instância entraremos em um ambiente deflacionário, algo que vai piorar nas próximas décadas..."
Acertaram em suas previsões o pessoal de Stratfor?
Predomina nelas a arrogância norte-americana ou devemos ignorá-los?
A informação está aqui: o tempo dirá se acertaram algo ou não...
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Fontes:
- El Robot Pescador: STRATFOR: “ESTADOS UNIDOS TIENE COMO OBJETIVO IMPEDIR UNA ALIANZA ENTRE RUSIA Y ALEMANIA”
- Global Research: Stratfor: “US aims to prevent a German-Russian alliance”
- Business Insider: STRATFOR'S TOP PREDICTIONS FOR THE NEXT DECADE: China Collapse, Global Labor Shortages, New American Dominance
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