Hammond se tornou conhecido do governo por conta de uma série de atos de desobediência civil na última década. Eles variaram de grafite contra a guerra nas paredes de Chicago aos protestos durante a Convenção Republicana em Nova York, em 2004, e ao hacking do website de direita Protest Warrior, pelo qual ele foi condenado a dois anos no Instituto Penal Federal em Greenville, Illinois.
Quatro outros envolvidos na mesma ação de hacking foram condenados na Grã-Bretanha, e todas as penas deles somadas – a mais longa foi de 32 meses – são muitíssimo menores que a pena possível de 120 meses que ameaça Hammond.
Hammond entregou o material todo à página WikiLeaks e à revista Rolling Stones[2] e a outras publicações. Os três milhões de e-mails, quando tornados públicos, expuseram as ações de infiltração, monitoramento e vigilância contra manifestantes e dissidentes, sobretudo do movimento Occupy, feitas a serviço de empresas privadas e do estado de segurança nacional. Foi quando todos ficamos sabendo, comprovadamente, e talvez seja a revelação mais importante, que as leis antiterrorismo estão sendo aplicadas rotineiramente pelo governo federal dos EUA para criminalizar dissidentes democráticos não violentos, e para associar, falsamente, dissidentes norte-americanos e organizações internacionais terroristas. Hammond não procurava ganho financeiro. E nada recebeu.