Alegações dúbias sobre a ameaça à infra-estrutura após ataques à Paris
George Osborne, o ministro das Finanças, adverte que o Estado Islâmico matará os britânicos usando a internet.
Durante uma visita à "estação de escuta" do GCHQ em Cheltenham, Osborne disse que o ISIS terá como alvo os serviços públicos e o controle de tráfego aéreo. O GCHQ é a versão britânica da NSA.
Os comentários de Osborne são como o do primeiro ministro britânico, David Cameron, que promete gastar mais dinheiro em serviços de inteligência para lutar contra aqueles "que querem destruir os britânicos e seus valores."
"É um novo investimento para as agências de segurança e inteligência fornecerem 1.900 oficiais extras - um aumento de 15 por cento- para o MI5, MI6 e GCHQ para responder à crescente ameaça terrorista internacional, mais ciberataques e outros riscos globais", relatou o The Telegraph nesta segunda-feira.
Osborne admitiu que o ISIS atualmente não tem capacidade de lançar ataques cibernéticos sofisticados, mas disse que ele terá um dia. "Eles ainda não têm essa capacidade. Mas nós sabemos que eles querem, e estão fazendo seu melhor para construí-lo", disse ele.
"Se nosso abastecimento de eletricidade, ou nosso controle de tráfego aéreo, ou nossos hospitais forem atacados com sucesso online, o impacto poderia ser medido não apenas em termos de prejuízos econômicos, mas de vidas perdidas."
Os especialistas em tecnologia e segurança, no entanto, dizem que o Estado Islâmico não representam uma ameaça.
"Eu não acho que alguém tem alguma prova de que há um ataque iminente ou que o ISIS adquiriu a mão de obra ou recursos para lançar um ataque contra a infra-estrutura dos Estados Unidos", disse Craig Guiliano, especialista sênior em ameaça da empresa de segurança TSC Advantage e ex-oficial de contraterrorismo do Departamento de Defesa, em setembro passado.
"Você precisa de alguns recursos. Você precisa de acesso a certos tipos de tecnologia. Você precisa ter programadores hardcore", disse Jim Lewis, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, à Time "O ISIS não possui esses recursos."
O Estado Islâmico possui, até agora, apenas gerenciamento para usar o Twitter e o Facebook para espalhar propaganda e recrutar membros. Muitas das mensagens são de simpatizantes e excêntricos, não do Estado Islâmico diretamente. O governo e os meios de comunicação, no entanto, muitas vezes retratam esses tweets como ameaças emitidos pelo Estado islâmico.
Um membro suspeito do Estado Islâmico, Abu Hussain Al Britani, invadiu a conta do Gmail do ex-primeiro-ministro Tony Blair e um grupo chamado "Lizard Plantel", supostamente ligado ao ISIS através de tweets, reivindicou a responsabilidade por derrubar os sites da Sony e do Vaticano.
"Honestamente, eu acho que a ameaça é exagerada", disse Bruce Schneier, autor de Schneier on Security, ao Popular Mechanics. "Os riscos hoje são devido mais aos erros do que a intenção maliciosa."
Após os atentados de Paris, os Estados Unidos disseram que o ISIS "going dark" (significa algo como tornar-se invisível), uma referência à utilização de comunicações criptografadas e software anônimo como o Tor.
As agências de inteligência e aplicação da lei renovaram uma chamada para a Apple, Google e Facebook para fornecer acesso backdoor à tecnologia criptografada. O governo afirma que as comunicações criptografadas e anônimas representam uma ameaça à segurança nacional.
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- Infowars: GOVERNMENT INSISTS ISLAMIC STATE WILL USE THE INTERNET TO KILL
- Sky News: UK Cyber Weapons To Fight IS Hack Attacks
- The Telegraph: Britain to hire 2,000 new spies at MI5, MI6 and GCHQ in wake of the Paris terror attacks
- Time: Experts Doubt ISIS Could Launch Major Cyberattack Against the U.S.
- Popular Mechanics: How Vulnerable is U.S. Infrastructure to a Major Cyber Attack?
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