O presidente Donald Trump continuou sua retórica de confronto com a Coreia do Norte na sexta-feira, twittando que as forças armadas americanas estavam  "prontas a disparar"  e, mais tarde,  disse aos jornalistas que Kim Jong-un deveria não fazer "ameaças abertas" contra os Estados Unidos.

"Este homem não irá se safar depois de tudo o que está fazendo", disse Trump aos repórteres de seu clube de golfe em Nova Jersey, acrescentando que se Kim fizer uma jogada contra os EUA ou seus aliados "ele realmente se arrependerá e ele se arrependerá rápido."


Em meio a essa tensão entre os Estados Unidos e o Reino eremita, uma equipe de especialistas independentes em foguetes publicou um artigo afirmando na sexta-feira que os dois testes de fogo de julho da Coreia do Norte de supostos mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) eram, de fato, "uma decepção cuidadosamente coreografada pela Coreia do Norte para criar uma falsa impressão" de que o país tem mísseis capazes de atacar o continente norte-americano

Em outras palavras, é  "um hoax", como explicou um dos especialistas à Newsweek.

A equipe inclui Theodore Postol, professor de ciência, tecnologia e política de segurança nacional no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e os engenheiros alemães de mísseis Markus Schiller e Robert Schmucker da Schmucker Technologie. Postol refutou relatórios oficiais anteriormente sobre as partes responsáveis ​​pelos ataques de armas químicas na Síria.

Eles abriram seu artigo, publicado no Bulletin of the Atomic Scientists e intitulado "Os ICBMs da Coreia do Norte não podem atingir os 48 estados mais baixos", ressaltando que o lançamento de 3 de julho foi "anunciado pela imprensa convencional dos EUA" como prova de que os Estados Unidos eram vulneráveis ​​a um ataque da Coreia do Norte.

Mas a imprensa ocidental antecipou-se, e a equipe argumenta em seu artigo:

"O foguete carregou uma carga útil reduzida e, portanto, conseguiu atingir uma altitude muito maior do que seria possível se tivesse, em vez disso, carregado o peso associado ao tipo de bomba atômica de primeira geração que a Coreia do Norte poderia possuir. Os especialistas citados pela imprensa aparentemente assumiram que o foguete tinha carregado uma carga útil o suficiente para simular o peso de tal bomba atômica, atribuindo incorretamente um status quase-ICBM a um foguete que na realidade era muito menos capaz."

Todos esses pressupostos funcionaram bem para o regime de Kim, os pesquisadores escrevem:

"Do ponto de vista da liderança política norte-coreana, a reação geral aos lançamentos de 4 de julho e 28 de julho não poderia ter sido melhor. O mundo de repente acreditou que os norte-coreanos tinham um ICBM que poderia alcançar a costa oeste dos Estados Unidos e além."

Mas essas crenças não se baseiam na verdade, Postol e seus colegas escrevem:

"Na realidade, o foguete norte-coreano disparado duas vezes no mês passado - o Hwasong-14 - é um ICBM 'sub-nível' que não será capaz de emitir ogivas nucleares ao continente norte-americano".

Os analistas concluíram que a Coreia do Norte está a "anos luz da realização" de um míssil nuclear de ponta que poderia alcançar o continente americano. O relatório completo da equipe, contendo os detalhes de seus métodos científicos, pode ser encontrado aqui.

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Fontes:
- Anti Media: Atomic Scientists: North Korea’s Nuclear Missile Claims Are a Hoax
- CNN: Trump speaks with Macron amid mounting tensions with North Korea
- Bulletin of the Atomic Scientists: North Korea’s “not quite” ICBM can’t hit the lower 48 states
- Newsweek: NEWSWEEK EXCLUSIVE: NORTH KOREAN MISSILE CLAIMS ARE ‘A HOAX’
- Massachusettas Institute of Technology: Theodore Postol