Algum possível fracasso para chegar ao acordo provisório nas negociações do P5+1 (cinco estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha) com o Irã, em Genebra, pode ser atribuído a vários fatores: o grave dano à confiabilidade dos negociadores, provocado pelo ministro francês, agente de lobby ao final da rodada anterior, no início do mês; a consequente falta de empenho e compromisso dos EUA, que não defenderam o avanço que já havia sido obtido rumo a um acordo satisfatório para todos; e o sempre intrusivo trabalho de sapa, por Israel e seus poderosos apoiadores no Congresso dos EUA, ativos para criar úteis novas tensões nos bastidores.
Mas outro fator importante é a arrogância do ‘ocidente’. EUA, Grã-Bretanha e França ainda agem como potências hegemônicas, cuja arrogância as faz cegas ao próprio comportamento injustificável de duplifalar, dois pesos e duas medidas e deslavada hipocrisia, que as impede de tratar o Irã com o devido respeito.
Sem esse ingrediente básico de mútuo respeito, não há negociação que frutifique plenamente.