A NASA decidiu definir de uma vez por todas se o Planeta X - o mítico planeta que foi teorizado durante milênios - existe. Infelizmente (ou seria felizmente), uma rigorosa pesquisa por infravermelho de nossa vizinhança galáctica não deu pistas, mas rendeu muitas outras descobertas.
A história da teorização é notável em si, uma vez que uma civilização antiga colocou medo nos corações de muitos, a qual supostamente viu uma mudança de posições no céu da noite, escreveu poesia sobre o assunto e contou lendas assustadoras.
O ideia do Cataclismo de Nibiru propõe que um corpo celeste maciço que colidiria ou passaria pela Terra em algum momento do século 21, causando, compreensivelmente, a extinção. Sua órbita era supostamente tão grande que não temos sido capazes de detectá-lo por completo neste momento, na verdade, sua órbita era considerada ser mais ampla do que a de Plutão.
Mesmo assim, muitas tentativas científicas foram feitas, principalmente, por meio de estudos geológicos para se conectar a presença de Nibiru com todas as grandes extinções em massa na Terra. A hipótese era que um grande planeta ou uma pequena e distante estrela escondida de nossa visão passou em órbitas semelhantes às bandas de cometas exteriores, arremessando-os em rota de colisão com a nossa casa. Mas as lendas sempre foram rejeitados como pseudociência por astrônomos verdadeiros.
No entanto, a Nasa decidiu fazer sua tentativa, utilizando sua Wide-Field Infrared Survey Explorer (WISE). Infelizmente, "o sistema solar exterior, provavelmente, não contém um grande planeta gigante gasoso, ou uma pequena estrela companheira", de acordo com Kevin Luhmann do Centro de Exoplanetas e Mundos Habitáveis da Universidade Penn State, que escreveu um artigo no Astrophysical Journal detalhando as descobertas.
No entanto, enquanto a WISE explorava os céus em um segundo estudo de nosso quintal cósmico, encontrou "sistemas estelares vizinhos que tem estado escondidos a olhos vistos saltando nos dados da WISE", como colocou o principal investigador Ned Wright, da Universidade da Califórnia , Los Angeles.
Um total de 3.525 estrelas e anãs marrons num raio de 500 anos-luz de nosso Sol foram descobertas. Isto tem causado muita emoção na NASA, com Davy Kirkpatrick da agência espacial da Infrared Processing Analysis Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena admitindo que a NASA está "encontrando objetos que foram totalmente ignorados antes." Ele é autor do segundo artigo, publicado na mesma revista como o primeiro.
Alguns dos objetos em ambos os estudos estavam correlacionados. A missão começou em 2010, durou um ano, realizando duas varreduras completas do céu com um intervalo de seis meses entre elas. Quando os resultados foram divulgados em 2013, astrônomos profissionais e iniciantes foram capazes de comparar os dois exames para procurar objetos em movimento. Foi decidido que quanto mais o objeto viajou de uma varredura para a próxima, mais perto ele estava.
Os cientistas ficaram satisfeitos por ter descoberto, entre outras coisas, um par de anãs marrons de apenas 6,5 anos-luz de distância, o que torna o sistema estelar mais próximo ao nosso encontrado em quase um século de astronomia. É por isso que, apesar do fracasso com o Planeta X, a NASA pensa "há ainda mais estrelas lá fora para encontrar com a WISE. Nós não conhecemos o quintal do nosso próprio sol tão bem como se poderia pensar", acrescentou Wright.
Busca histórica
A noção de que um planeta gigante além de Netuno pudesse existir é mais velha que andar para a frente. Um de seus maiores proponentes foi Percival Lowell, o rico astrônomo americano que cismou com os (hoje sabemos) fictícios “canais de Marte”. No início do século 20, ele também instigou em seu observatório particular, no Arizona, a busca pelo “Planeta X”. Lá, em 1930, Clyde Tombaugh encontrou Plutão, que todos de início pensaram ser o tal “X”. Acabou que ele era pequeno demais para ser o objeto procurado. E hoje sabemos que Plutão nem planeta é, sendo parte de um cinturão de objetos além da órbita netuniana.
A busca, entretanto, não cessou, e acabou acirrada por hipóteses que procuravam explicar uma estranha periodicidade observada no histórico de crateras da Terra e da Lua. Nas últimas duas décadas, surgiram ideias como a de Nêmesis (uma possível anã vermelha numa órbita lenta e distante ao redor do Sol, periodicamente atirando cometas na direção do interior do Sistema Solar) e de Tyche (uma proposta similar, mas envolvendo um planeta gigante ou uma anã marrom no lugar de uma anã vermelha).
Com a análise dos dados do Wise feita por Luhman, essas hipóteses foram afastadas de forma definitiva, para a tristeza de seus entusiastas. Agora é certo que não há objeto maior que Saturno a uma distância de até 10 mil unidades astronômicas do Sol (1 UA é a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros). Se formos procurar algo maior do que Júpiter, podemos estender essa extensão a até 26 mil UA. Para que se tenha uma enormidade do que isso significa, Plutão está a modestas 40 unidades astronômicas do Sol. (Um ano-luz, para quem ficou curioso, equivale a cerca de 63 mil UA.)
“O Sistema Solar exterior provavelmente não contém um planeta gigante gasoso grande ou uma pequena estrela companheira”, afirma Luhman.
Seu trabalho, publicado no periódico “Astrophysical Journal”, também ajuda a descartar lendas urbanas pseudocientíficas, como a história do “Segundo Sol” ou a do famoso (ou seria infame?) planeta Nibiru .
Ao que tudo indica, podemos passar a régua no Sistema Solar: uma estrela anã amarela, oito planetas, dois cinturões (o de asteroides entre Marte e Júpiter e o de Kuiper, além de Netuno) e uma nuvem de detritos (a chamada nuvem de Oort, localizada a cerca de 1 ano-luz de distância).
Leia ainda:
[HOAX?] Astrônomo Alega Ter Descoberto Nibiru em Rota com a Terra, Possível Aproximação em Agosto/2014
Fontes:
- RT: NASA looks for Planet X but comes up empty
- NASA: NASA's WISE Survey Finds Thousands of New Stars, But No 'Planet X'
- Pen State University News: WISE Satellite finds no evidence for Planet X in survey of the sky
- Folha: Nasa fracassa na busca do “Planeta X”
4 comentários:
E você acha que se descobrissem noticiariam isso?
Quanta ingenuidade...
Não existe tal planeta e as terias de Zecharia só serviram para ele encher os bolsos.
Até entendo os termos utilizados pela Nasa, suas pesquisas, descobertas, ocultamento de fatos para não criar caos na Terra, etc. Mas me digam uma só coisa... Como explicar civilizações tão antigas quanto a nossa, sem recursos como os nossos, pelo menos nunca ouvi dizer que encontraram um computador dentro do Templo Maia... Dizer que haviam 12 corpos celestes sendo os 9 planetas, Lua, Sol e um outro corpo celeste qualquer, se encontraram plutão somente em 1930. Abram os olhos... Com certeza há algo lá fora que a Nasa oculte para não criar caos, ou será que os humanos são tão ignorante em achar que a junção dos átomos criaram vida somente neste pequenino planeta, perdido nesta imensidão que é o universo. Reflitam.
os dois que disse que o tal "planeta x" existe.em primeiro não tem com Esconder uma coisa tão grande, se consiguimos ver marte daqui como não da pra ver ele?.E pelo amor né os maias falou que o mundo ia acabar em 2012 e até agora nada,alguns antigos tem um bloqueio mental sabe?.E é obvio que tem vida lá fora mas se só que eu tenho certeza que não a vida em nosso sistema solar, e muito menos em Nibiru,como pode haver vida num lugar que não existe?
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