A Food and Drug Administration (FDA) aprovou recentemente uma pílula digital incorporada (chip) a um sensor projetado para informar aos médicos se seus pacientes estão tomando seus medicamentos. A aprovação federal marca uma tendência crescente no sentido de abordar a "não adesão" de medicamentos entre os pacientes, de acordo com um relatório do The New York Times.
A pílula, chamada Abilify MyCite, é uma versão modificada do medicamento Abilify que é usado no tratamento de esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão. Ele está equipado com um pequeno dispositivo de rastreamento desenvolvido pela Proteus Digital Health. A nova pílula de rastreamento funciona transmitindo uma mensagem do dispositivo para um sensor adesivo, que então envia dados para um aplicativo móvel para permitir que os pacientes monitorem a ingestão de medicamentos em seu smartphone.
Os pacientes que concordam em tomar o medicamento digital podem assinar formulários de consentimento que permitem que seus médicos e até quatro outras pessoas, incluindo os membros da família, recebam informações sobre a data e hora em que os medicamentos são ingeridos. A tecnologia atualmente não é aprovada para pacientes que sofrem de psicose relacionada à demência.
"A FDA apoia o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias em medicamentos prescritos e está empenhada em trabalhar com empresas para entender como a tecnologia pode beneficiar pacientes e médicos", diz Mitchell Mathis, do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA.
Um relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que até 50% dos pacientes que usam medicamentos prescritos não conseguem tomar seus medicamentos conforme instruído. Na verdade, os médicos psiquiátricos observam que tomar medicamentos entre 70 e 80 por cento do tempo já é considerado uma "boa" aderência. Os especialistas acrescentam que o incumprimento custa até US$ 100 bilhões anualmente, pois os pacientes ficam mais doentes e gastam mais em tratamentos e hospitalizações adicionais.
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A aprovação da FDA pode exacerbar a paranoia em pacientes, advertem os especialistas
A última aprovação da FDA encontrou preocupações éticas, especialmente entre o círculo psiquiátrico. A American Psychiatric Association enfatizou a importância do equilíbrio entre os cuidados psiquiátricos e a privacidade do paciente. Do mesmo modo, um especialista advertiu que a nova pílula de rastreamento pode aumentar a adesão ao medicamento, mas também pode não funcionar devido, em parte, aos problemas de confiança. O Dr. Peter Kramer, um psiquiatra e o autor de "Listening to Prozac", também adverte que a nova tecnologia parece coerciva apesar de ser tecnicamente ética.
"Os distúrbios psicóticos são muitas vezes caracterizados por algum grau de paranoia, muitas vezes atingindo proporções delirantes, nos quais os pacientes podem acreditar que as forças externas estão tentando monitorá-los e controlá-los, inclusive controlar mentes ou corpos ou prejudicá-los de alguma maneira. A ideia de que estamos dando a esse grupo de pacientes uma pílula que, de fato, transmite informações sobre elas de dentro do corpo para as pessoas envolvidas no tratamento, quase parece uma confirmação das piores paranoias dos piores pacientes" diz o Dr. Paul Appelbaum, diretor de direito, ética e psiquiatria no departamento de psiquiatria da Universidade de Columbia.
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- Natural News: New FDA-approved “trackable” pill transmits information — it will tattle on you if you don’t take your meds
- The New York Times: First Digital Pill Approved to Worries About Biomedical ‘Big Brother’
- Daily Mail: 'It's a patient's worst paranoia': FDA approves first ever trackable pill that transmits information to cell phones, despite privacy fears
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