Vocês se lembram do pesquisador chamado Gilles-Eric Seralini e de seu estudo sobre transgênicos em 2012, e a controvérsia que girava em torno dele? Publicamos inicialmente seu estudo aqui neste post, que foi duramente criticado e demonizado pela mídia e por ditas "autoridades" da saúde. Postamos ainda este outro artigo, que mostrava semelhanças do estudo de Seralini com as diretrizes da Autoridade de Segurança Alimentar da Europa.

Ele alimentou ratos geneticamente modificados, sob a  forma de milho Roundup Ready, da Monsanto, e eles desenvolveram tumores. Alguns morreram. O estudo foi publicado na revista Food and Chemical Toxicology. Fotos dos ratos foram publicadas.

Uma onda de críticas na indústria-biotecnológica se seguiu. Gerou pressão. "Especialistas" disseram que o estudo foi grosseiramente não científico, seus métodos eram pouco profissionais, e Seralini foi tendencioso contra os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) desde o início. A Monsanto não gostou de Seralini nem um pouco.

A revista que publicou o estudo de Seralini cedeu a pressão e o retratou. Porquê? Não porque Seralini fez qualquer coisa antiética, não porque ele plagiou material, não porque ele era desonesto de qualquer maneira, mas porque:

Ele usou ratos que (supostamente) tiveram uma tendência inerente para desenvolver tumores (a estirpe Sprague-Dawley) e porque ele usou também poucos ratos (10). É isso aí. Esses foram os erros de Seralini.

Bem, adivinhem! Oito anos antes de Seralini, a própria Monsanto também fez um estudo de transgênicos em ratos com tumores e os publicou na mesma revista. O estudo da Monsanto mostrou que não haviam problemas de tumores nos ratos. Mas aqui está o ponto culminante. A Monsanto utilizou a mesma estirpe de ratos que Seralini e o mesmo número de ratos (10). E ninguém reclamou sobre isso.

Michael Hansen, cientista sênior da União do Consumidor, explica em uma entrevista com Steve Curwood em loe.org:

Bem, basicamente o que o Dr. Séralini estava fazendo o mesmo estudo de alimentação que a Monsanto fez e publicou na mesma revista oito anos antes, e nesse estudo, eles [Monsanto] usaram o mesmo número de ratos, e da mesma cepa de ratos, e chegaram a uma conclusão que não havia [tumor] problema. Então, de repente, oito anos mais tarde, quando alguém [Seralini] faz o mesmo experimento, que durou por mais dois anos ao invés de apenas 90 dias (no caso do estudo da Monsanto), e seus dados sugerem que há problemas, [então], de repente, o número de ratos é muito pequeno? Bem, se ele é muito pequeno para mostrar que há um problema [tumor], não seria muito pequeno para mostrar que não há problema? Eles já disseram que deveria haver um estudo mais amplo, e não é que a Comissão Europeia está gastando 3 milhões de euros atualmente para fazer esse estudo do Seralini novamente, conduzir por dois anos, utilizar 50 ou mais ratos e observar a carcinogenicidade. Então irão realmente fazer o estudo completo de câncer, o que sugere que o trabalho de Seralini foi importante, porque você não iria dar seguimento com um estudo de 3 milhões de euros se fosse um estudo completamente inútil.

Eu apenas posso ouvir os criminosos da Monsanto balbuciando: "Bem, nós as pessoas da indústria de biotecnologia publicamos nosso estudo. Nós utilizamos 10 ratos e usamos a cepa Sprague-Dawley. E isso era bom. Foi especialmente bom porque nosso estudo mostrou que os transgênicos eram seguros. Mas, em seguida, esse cara Seralini vem e faz o mesmo estudo com o mesmo tipo de rato e mesmo número de ratos, e ele descobre tumores. Isso não é bom. Isso é muito ruim. Ele ... ele ... usou os ratos errados ... sim ... e ele não usou ratos suficientes. Ele é um falsário. Bem, quero dizer, foi utilizado o mesmo tipo de rato e mesmo número de ratos, mas quando fizemos o experimento, nós éramos Bons, e Seralini era Ruim. Você entende?"

Sim, o nevoeiro está limpando e as coisas estão entrando em foco.

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Fontes:
Activist Post: Truth about the Seralini rat-tumor-GMO study explodes