Snowden tem Amigos no Brasil, destaca Autor de Livro sobre o Informante
O Brasil seria "o lugar perfeito" para abrigar Edward Snowden, pivô dos escândalos que abalaram a comunidade de espionagem americana, na opinião do autor de um livro sobre a saga do ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).
Luke Harding, jornalista do diário britânico The Guardian, traz à tona detalhes intrigantes sobre Snowden, como as suas referências na direita americana, em particular as ideias consideradas ultraliberais do senador republicano Ron Paul.
Para o repórter do jornal onde apareceram as primeiras reportagens sobre o tema, o Brasil é "perfeito" para abrigar o informante mais procurado do mundo, hoje asilado na Rússia. Harding lembra que o Brasil é um país "grande, importante, democrático", onde Snowden tem amigos.
Por outro lado, o próprio Harding reconhece que "para qualquer país ocidental democrático, dar asilo a Snowden implicaria uma grande conta a pagar na relação com os EUA".
"Basicamente, seria uma grande bomba transatlântica explodindo", disse Harding à BBC Brasil. "Nenhum líder, seja Dilma Rousseff do Brasil ou Angela Merkel da Alemanha, está disposto a suportar tamanho prejuízo bilateral. Quase por default, Snowden está preso em Moscou."
O jornalista é autor de Os Arquivos Snowden – Os Bastidores da História do Homem Mais Procurado do Mundo, que chega às livrarias brasileiras distribuído pela editora LeYa.
No livro, ele recapitula a história com detalhes de quem a viu por dentro: Harding fazia parte da equipe londrina do Guardian que analisou os arquivos vazados por Snowden relativos ao serviço secreto de inteligência, GCHQ.
"Vimos que se tratava de um momento histórico importante, e alguém precisava escrever essa história", afirmou o jornalista.
'Patriota'
O resultado é uma janela para a personalidade e as motivações de Snowden, cujas ações, aos olhos de muitos, o transformaram em mártir da liberdade de expressão.
Nesta semana, o informante foi escolhido com folga como líder honorário do grêmio estudantil da Universidade de Glasgow, na Escócia.
Em janeiro, Snowden foi incluído no conselho diretor da Fundação para a Liberdade de Imprensa (Freedom of the Press Foundation). A organização foi fundada por Daniel Ellsberg, que antes da era WikiLeaks e da NSA mantinha a reputação de informante mais proeminente dos Estados Unidos (ele vazou os chamados Documentos do Pentágono nos anos 1970).
Uma parte da celebração em torno de Snowden possivelmente ignore a ideologia do homem que se enxerga antes, na descrição de Harding, como um patriota americano. Admirador do republicano libertário Ron Paul, o analista de inteligência mantinha uma cópia da Constituição americana em sua escrivaninha no Havaí.
"Quando juntamos os pedaços da história, o mais interessante é perceber que ele (Snowden) não vem da esquerda; vem da direita", afirma Harding.
"Fundamentalmente, ele é um patriota e um idealista que fez estas coisas extraordinárias não por vaidade ou porque quisesse acabar com o sistema, mas porque queria reformar o sistema."
Harding sustenta que a finalidade de Snowden não era necessariamente desmantelar a rede de inteligência americana, mas fortalecê-la através de um debate público sobre o seu funcionamento e alcance.
"Ele achava que os programas (de monitoramento) tinham de operar com a concordância do público, e não em segredo, autorizados por um grupo de autoridades não eleitas pelo povo", disse o jornalista.
Segundo o autor, Snowden crê que as operações da NSA "subvertem a lógica da internet" e "desrespeitam a Constituição americana".
‘Prisioneiro’ russo
A decisão de um juiz federal de Washington, que em dezembro passado descreveu os programas de espionagem como ilegais, reforça o argumento de que Snowden alcançou os objetivos que perseguia com os vazamentos.
Mas o informante sabia que ironicamente o escândalo doméstico, assim como o abalo nas relações diplomáticas americanas com o resto do mundo, alimentariam acusações de que ele é "antiamericano".
Com o acesso a países ocidentais ou aliados dos EUA - como o Brasil – impossibilitado pelo intenso lobby diplomático americano para apanhá-lo, o informante se viu diante de poucas escolhas de asilo quando decidiu deixar a ilha de Hong Kong, de onde poderia ser extraditado para os EUA após as primeiras revelações.
O próprio presidente russo, Vladimir Putin, qualificou-o como um "presente indesejado" antes de lhe conceder asilo.
Harding, que viveu quatro anos na Rússia como jornalista, e descreve no livro táticas controversas da espionagem russa para manter um olho em seus alvos, acredita que por força do destino Snowden acabou se convertendo em um "prisioneiro" de um regime altamente interessado em seus segredos.
Os envolvidos na história creem que Snowden, um especialista de primeira linha em temas de segurança virtual, tratou de inviabilizar os dados para que não caíssem nas mãos do inimigo.
"Hong Kong foi missão cumprida para ele. O plano dele era distribuir esse material com jornalistas, que por sua vez usariam o seu julgamento editorial para publicar o que achassem relevante.
Não havia mais razão lógica para levar esse material com ele para a Rússia", diz Harding.
Abalo diplomático
Sem sinal visível de clemência por parte da Casa Branca, que ameaça enquadrá-lo na Lei de Espionagem se prendê-lo, a novela pessoal de Snowden permanece incerta – indício de que o livro de Harding é o primeiro, mas provavelmente não o último sobre o assunto.
Até lá, o governo americano tentará reconquistar a confiança de seus cidadãos e de líderes estrangeiros, abalada pelos escândalos de espionagem. Entre os chefes de Estado, Dilma e Merkel foram as que mais fortemente expressaram seu ultraje com a arapongagem.
Porém, publicamente, o governo de Merkel respondeu intensificando a relação com os EUA, enquanto Dilma postergou, sem nova data, uma visita de Estado a Washington que deveria ter ocorrido no ano passado.
Outro alvo, o presidente francês François Hollande, foi recebido em Washington nesta semana com pompas.
Harding se esquiva de emitir uma opinião sobre o melhor momento para uma reaproximação Brasil-EUA, avaliando que "é uma questão interna para o Brasil".
Meses de escândalos sucessivos revelaram "poderosos sistemas de espionagem" que não serão modificados da noite para o dia, ele sublinha. "Essa capacidade (de coletar informações em massa) é nova e precisamos discuti-la", reflete o jornalista.
Por outro lado, em um viés positivo, ele acredita que os cidadãos estão mais "capacitados" para lidar com o problema da espionagem após as revelações de Snowden . "Hoje, já sabemos que o iPhone é um aparelho de espionagem poderoso. Antes, era só um aparelho bacana para se mostrar."
Dirigida à presidente e ao ministro da Justiça do Brasil, petição considera que o país “é o lar perfeito para um homem que sacrificou sua vida para divulgar a invasiva e ilegal espionagem dos EUA”.
Uma petição dirigida à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo a pedir a concessão de asilo a Edward Snowden, que vive atualmente na Rússia, já foi assinada por mais de 880 mil pessoas e está perto de atingir o objetivo de um milhão de assinaturas.
“Como cidadãos de todo o mundo profundamente preocupados com a violação em massa de nossa privacidade, pedimos a V. Exas que concedam asilo a Edward Snowden, que denunciou a espionagem norte-americana.
Como líder de um movimento global pela liberdade na Internet e pela privacidade, o Brasil é o lar perfeito para um homem que sacrificou sua vida para divulgar a invasiva e ilegal espionagem dos EUA”,diz a petição “Um Lar para Snowden”.
Maior Mensagem de Apoio Cidadã na História
“Se 1 milhão de nós nos mobilizarmos agora, poderemos enviar à presidente Dilma a maior mensagem de apoio cidadã na história”, diz-se no site, que apela à assinatura para garantir a segurança de Snowden e defender a democracia em todo o mundo.
Mais de 1 milhão de pessoas assinam petição para abrigar Snowden no Brasil
Com o objetivo de dar asilo político ao ex-técnico da CIA Edward Snowden, David Miranda, companheiro brasileiro do jornalista Glenn Greenwald (The Guardian), lançou há pouco mais de 1 mês uma campanha para arrecadação de assinaturas. Segundo o site avaaz.org, a campanha já arrecadou mais de 1 milhão de assinaturas e vem crescendo ainda mais. O objetivo inicial era de 1 milhão de assinaturas e foi aumentado para 1 milhão e meio.
Snowden foi considerado espião pelos Estados Unidos quando descobriu e revelou ao mundo como os norte-americanos espionavam as pessoas e claramente invadiam sua privacidade usando servidores das maiores empresas do mercado da internet, tais como Google, Apple e Facebook.
Atualmente, Snowden está exilado em Moscou, na Rússia, em um limbo jurídico e com um visto de apenas 1 ano de duração e já declarou que não acredita em um julgamento justo se voltasse aos EUA.
Segundo David Miranda, a campanha surgiu da observação da necessidade de Edward Snowden de ter uma vida com mais liberdade e dignidade, em virtude de ter contribuído para uma sociedade mais justa e transparente. Sua atitude, considerada por muitos heroica e corajosa, fez com que ele perdesse seu passaporte e o obrigou a fugir para manter sua integridade física. "O Brasil, um dos principais alvos da espionagem, deveria oferecer abrigo a alguém que nos abriu os olhos para a vigilância norte-americana indiscriminada e em escala global. É hora de oferecer a Edward Snowden asilo imediato no Brasil!”, diz Miranda.
O discurso de Miranda sobre Snowden reforça ainda que se o ex-técnico da CIA estivesse no Brasil, ele poderia ajudar ainda mais de perto a entender como a NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos) e seus aliados estão invadindo a privacidade de pessoas comuns no mundo todo, e além disso, descobrir maneiras de se proteger contra a invasão.
No ano passado, Snowden havia solicitado asilo político a 22 países diferentes. Entre eles, Brasil, Venezuela, Equador e Rússia foram até agora as únicas nações que decidiram naturalmente abrigar o ex-técnico da CIA.
Para acessar e assinar a petição para que Edward Snowden tenha asilo político no Brasil, clique aqui.
Leia mais:
Tudo Sobre Snowden e o Monitoramento pelos EUA
Consequências Estratégicas das Revelações de Snowden (I)
EUA: George W. Bush foi o Primeiro a Autorizar a Espionagem em Massa dos Cidadãos
Fontes:
- Fórum Anti Nova Ordem Mundial: Mais de 1 milhão de pessoas assinam petição para abrigar Snowden no Brasil
- Via: Libertar: Mais de 1 milhão de pessoas assinam petição para abrigar Snowden no Brasil
- Canaltech: Mais de 1 milhão de pessoas assinam petição para abrigar Snowden no Brasil
- Fórum Anti Nova Ordem Mundial: Brasil seria 'Lugar Perfeito' para Snowden, Mas Custo ao País pode ser Alto !!!
- BBC Brasil: Brasil seria 'lugar perfeito' para Snowden, mas custo ao país pode ser alto
Um comentário:
Muito bom o artigo sobre o Snowden, que é um caso bem complexo. Pena que muita gente queira simplificar a questão e daí sai atirando sem saber exatamente no que atira, como é o caso do jornalista Aluizio Amorim, o qual censura todos os comentários contrários à sua postura de defesa "incondicional" da espionagem americana. "Incondicional" é o mesmo que dizer "sem escrúpulo". Curiosamente, o mesmo Aluízio publica notícias no seu blog contra a espionagem americana...
Está caindo em contradição induzindo seus leitores ao erro e à confusão? Se mudou de opinião e agora acha que a espionagem do Obama é bendita, então deveria explicar e apagar os artigos anteriores. Falta um mínimo de coerência indicando que ele talvez sofra de dissonância cognitiva.
Dissonância cognitiva (Wikipedia) “Em defesa ao ego, o humano é capaz de contrariar mesmo o nível básico da lógica, podendo negar evidências, criar falsas memórias, distorcer percepções, ignorar afirmações científicas e até mesmo desencadear uma perda de contato com a realidade (surto psicótico).”
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/01/eficiente-espionagem-americana-evita-um.html
terça-feira, janeiro 07, 2014
A BENDITA E EFICIENTE ESPIONAGEM AMERICANA EVITA UM ASSASSINATO. E AINDA FALAM EM ANISTIAR SNOWDEN.
Jihad Jane, a americana convertida ao islamismo foi flagrada pela eficiente NSA, quando tramava o assassinato de um cartunista sueco.
É por esta e outras que eu apoio incondicionalmente que a NSA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, que deve continuar promovendo a espionagem de segurança. Tanto é que os que bradam contra o que qualificam genericamente de "espionagem americana" são os comunistas e seus apoiadores e os idiotas de todos os gêneros.
E aproveito esta oportunidade para recomendar especialmente que leiam esta matéria os jornalistas da Folha de S. Paulo, em especial o Diogo Bercito, correspondente desse jornal no Oriente Médio e que costuma ser, vamos dizer assim, um tanto entusiasmado com os "palestinos", designativo politicamente correto da malta terrorista que avança contra o Ocidente.
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