Aécio discursou no salão principal do templo e sentou no chamado "trono" ao lado dos grão-mestres das três lojas. O senador se referiu a cada um deles como "sereníssimo", termo usado entre os maçons. Também disse ter afinidade com preceitos defendidos pela organização como "verdade e justiça".

O mineiro falou por quase 40 minutos. Repetiu críticas ao governo Dilma Rousseff e à gestão das empresas estatais. Deu atenção especial ao caso da Petrobras –ele tenta instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso. "O aparelhamento das empresas públicas ultrapassou qualquer limite no Brasil", afirmou.


Por fim, fez uma série de promessas. Disse que, se eleito, no primeiro dia de sessão do Legislativo, entregará uma proposta de reforma política.

Segundo ele, duas ações do STF (Supremo Tribunal Federal) fizeram mal à política: a que acabou com a cláusula de barreira, que exigia que os partidos tivessem representatividade mínima no Congresso para existir, e a que deu a chamada "portabilidade" de tempo de TV e fundo partidário aos parlamentares.

"Hoje, tem partido que divide o fundo partidário entre si e o tempo de TV, eles vendem", afirmou.

Aécio defendeu, portanto, o retorno da cláusula de barreira, o fim das coligações proporcionais, o voto distrital misto (que divide a eleição de parlamentares entre os mais votados por região e os escolhidos em ranking elaborado pelas próprias siglas) e o fim da reeleição.

"Se eu tinha alguma dúvida sobre o fim da reeleição, a atual presidente [Dilma Rousseff] acabou com elas. Ela desmoralizou esse instrumento já que há mais de um ano abdicou do seu mandato de presidente para desempenhar apenas o papel de candidata", afirmou. Ele prega a substituição por um mandato de cinco anos.

O ex-senador foi aplaudido pelos maçons neste momento e também quando voltou a defender o endurecimento das regras contra menores infratores. Aécio passou a pregar publicamente o apoio a uma proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que prevê que, em casos de crimes graves e reincidência, o juiz possa, após consultador o Ministério Público, desconsiderar a menoridade ao decretar a pena.

O cenário onde Aécio se apresentou raramente é aberto ao público –e às mulheres. Além das jornalistas, apenas quatro senhoras acompanharam a fala do tucano. Tradicionalmente, só homens podem ser maçons.

Maratona

A ida ao templo maçom foi o último dos três compromissos que o senador cumpriu na capital paulista esta quinta-feira. Aécio almoçou com a bancada de deputados estaduais e, depois, visitou uma feira sobre acessibilidade. Ele chegou ao local cerca de uma hora depois de o ex-governador José Serra, que rivalizou com ele por anos o protagonismo no PSDB, deixar o local.

Serra foi à cerimônia de inauguração da feira, ao lado do governador Geraldo Alckmin, por volta de 13h. Aécio chegou por volta de 16h. O senador foi convidado pela deputada federal Mara Gabrilli (PSDB), que é tetraplégica. Ela é citada por integrantes do PSDB como bom nome para a vice de Aécio. "Seria uma honra para qualquer pessoa ter a Mara como vice. Ela é linda por dentro e por fora. Certamente terá papel de destaque na campanha", disse Aécio, questionado sobre o assunto.

Hoje, o nome mais forte para ocupar o posto na chapa do tucano é o de Aloysio Nunes.

Abaixo o vídeo com o discurso de Aécio na maçonaria:


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Fontes:
Folha de São Paulo: A Maçons, Aécio diz que, se Eleito, vai Propor Reforma Política