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A Coreia do Norte não é a Síria

quinta-feira, 20 de abril de 2017 |

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Donald Trump mostra os músculos e adota posições republicanas clássicas desse "establishment" que tanto criticou durante sua campanha eleitoral.


Primeiro foi o ataque à uma base militar síria, o qual jogou fora suas posições anteriores; posteriormente, lançou "a mãe de todas as bombas" ao devastado Afeganistão; e por último, levantou a voz contra a Coreia do Norte. No entanto, chama a atenção que, a respeito de Pionyang, Donald Trump parece mais precavido e dá sinais de querer baixar o tom. Por exemplo, todo o armamento com capacidade nuclear que deveria ir à península coreana, desviou seu caminho rumo à Austrália, membro da OTAN.

Por que isto aconteceu? Trump brinca ao parecer imprevisível e imprudente, mas nem ele nem seus assessores estão loucos, e sabem muito bem onde pode cair uma bomba do Pentágono e onde não. O exército dos EUA é consciente de que a Coreia do Norte é muito diferente da Síria, Afeganistão e o Iraque, onde também cai um bom número de bombas norte-americanas.

A primeira diferença é que o país de Kim Jong-un é uma nação nuclear e, embora possua dificuldades para construir um foguete transportador, eles possuem a ogiva. Há muitos anos, a nação asiática sacrificou sua economia para adquirir este tipo de armas como garantia de sua segurança nacional. Se bem que nunca foi o objetivo de Pionyang usá-las, e sim mantê-las como mecanismo de pressão frente as potências inimigas, não é de se excluir que o cerco leve-os a cometer uma loucura.

Há outros elementos: eles possuem um exército com mais de um milhão de efetivos que se prepara os 365 dias do ano para uma hipotética agressão, uma população coesa em torno da cúpula do poder e, formam uma nação que, desde sua formação, foi adaptando sua infraestrutura às necessidades da guerra.

Além disso, a importância geoestratégica da Coreia do Norte é enorme. Para a China, ela é a vedação que separa a Coreia do Sul, aliada dos Estados Unidos e com grande número de bases do Pentágono. Em caso de planos sérios de invasão, Seul e Tókio seriam os primeiros a opor-se.

A Síria é um caso muito diferente

A esta altura, a Síria é um país arrasado por seis anos de guerra, com um exército exausto, uma população pouco preparada para os conflitos bélicos - veja apenas a quantidade de refugiados e desempregados - e com um ambiente adverso, uma vez que está rodeado de monarquias e governos interessados na queda de Bashar al-Assad.

Muitas são as diferenças e, tomara que Donald Trump e sua equipe as reconheçam. O jogo bélico com a Coreia do Norte tem seus limites e enormes "linhas vermelhas". Na lógica dos pacifistas, elas não devem ser cruzadas, e tudo deve acabar em amizade. No entanto, nestas circunstâncias pesam mais as irracionalidades dos imperadores da guerra que se sentam na Casa Branca, e qualquer coisa pode acontecer.

Leia mais:


10 Razões para Duvidar da História Oficial que Assad Realizou o Ataque com Armas Químicas












Fontes:
- RT: "Corea del Norte no es Siria"
- RT: 'La madre de todas las bombas': EE.UU. lanza en Afganistán la bomba no nuclear más potente

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